sábado, 18 de janeiro de 2014

Álcool

Álcool
por Luiz Prado
Brasil, 2014


Álcool

Um larp por Luiz Prado

Este é um jogo de representação sobre o significado do álcool em nossas vidas. Participam de duas a cinco pessoas e você precisa de uma mesa, uma cadeira e um copo com a bebida alcoólica que desejar. Evite problemas legais e jogue apenas com maiores de idade.

Um dos participantes senta-se à mesa, diante do copo. Ele representará um personagem que reflete se deve ou não tomar aquela dose. Por motivos que serão construídos ao longo do larp, bebê-la significa a continuidade de certo modo de vida que ele estuda abandonar. Por isso hesita, e as memórias da relação com o álcool vêm a sua mente.

Os demais formam um círculo amplo ao redor da mesa e são responsáveis por propôr essas memórias, que serão representadas durante o jogo. Sem decidir previamente uma ordem, algum participante anuncia uma destas cenas do passado, indicando o ambiente onde se passa, as pessoas envolvidas e o nível alcóolico do primeiro personagem (que pode variar amplamente da sobriedade ao coma alcoólico). Esses elementos começarão a definir sua biografia.

Por exemplo: happy hour da empresa. Jorge e Renato - colegas de setor. Marcela - secretária. Pacheco - supervisor. Levemente embriagado.

Não tenha medo de errar: o personagem será mesmo montado aos poucos e você pode adicionar os elementos que julgar mais significativos para a experiência. Lembre apenas de manter-se próximo da realidade - lidar com situações possíveis é a proposta desse larp.

Quando anunciar os personagens, indique também quais jogadores irão representá-los, apontando-os. A pessoa à mesa, contudo, desempenha o mesmo papel em todas as memórias. Não é preciso que todos participem - se quiser, você pode propor um monólogo ao primeiro personagem. Contudo, não coloque mais papéis que jogadores em cena.

Após ambiente, personagens e nível alcoólico terem sido definidos, o participante sentado à mesa se levanta e a cena começa. O proponente da recordação é também o responsável pela primeira fala, que fornecerá o início da interação.
Por exemplo: Douglas, conta pro pessoal aquela história do novo estagiário com o cara do rh.
Os personagens e suas relações são revelados pelo improviso, à medida que a cena se desenrola, e os participantes adicionam elementos aos papéis uns dos outros, construindo-os coletivamente. Nome, idade, hábitos, temperamento e qualquer outra característica podem ser sugeridos e devem ser incorporados ao personagem. Se alguém afirmar que sua esposa é insuportável, assuma que você é casado. Por outro lado, torne pública qualquer ideia que tiver sobre seu papel, não guarde-a para si. Só assim ela fará parte do jogo. Se você definiu que seu personagem tem três filhos, diga isso em algum momento da representação.

Cada memória transcorre até o jogador no papel de quem está relembrando dizer em voz alta e clara VOLTAR. Isso indica que o personagem se afastou da recordação. Ele então retorna à mesa e ao copo, enquanto os outros re-organizam em silêncio o círculo. É a vez de outro participante anunciar uma cena. As lembranças sugeridas podem estar separadas por décadas ou pertencer a um espaço tão curto quanto a mesma noite. Além disso, os personagens podem mudar a cada cena ou se repetir por todo o jogo, os participantes conservando os mesmos papéis ou revezando-se entre eles. Lembre apenas de não pré-definir a ordem de quem indica a cena: expectativa e incerteza são partes do jogo. Se duas pessoas falarem ao mesmo tempo, parem e decidam com o olhar de quem será a vez.

Quando todos tiverem proposto uma memória, o jogador volta mais uma vez a sentar-se. Após encarar o copo pelo tempo que julgar necessário, deve tomar a bebida ou levantar-se, abandonando o espaço do jogo. É o fim do larp. Conversem sobre a experiência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário